domingo, 27 de dezembro de 2020

Kendra Smith - Moon Boat


Foi assim, de surpresa. Não sei ainda a razão. E talvez nunca venha a saber. Essa canção me tocou. Assim, de surpresa.


Talvez os personagens (ah!, essa música é trilha sonora do filme 'Leave No Trace, 2018', fica a dica! ;-) ). Talvez a inquietude. Apesar da simplicidade e paciência presente no filme durante o processo de relação entre Pai e Filha, me fascinou a abordagem dada na relação entre os dois. Entre as pessoas. O quanto cada parte, por mais ligada uma a outra possuem anseios, sonhos, esperanças diferentes entre si. Eu arriscaria resumir isso na palavra 'individualidade'. E não há (deveria!) haver nada de errado com isso. Que bom que o filme mostra isso...

"
I wandered this world green and wild
And the things in my mind are
Like a red sun go down

Oh And I, I know you must go
And I think I know why...
But I don't know why

Still I am thinking we both share a moon and a star
May you be safe, may we both find a place with a heart
Here, where treasures a-bound
In the things I have found, a leaf, a song come from a-bove...

In the wood, where secrets crawl
The Earth so small, a place, a home, a dream my own...
There'll be a tree that joins you and me from a-far
And I am certain we all share a moon and a star
"

As entrelinhas, as lutas internas, as concessões que fazemos ao outro. A nós mesmos. Mas não esqueçamos jamais do "eu". Sempre saudável lembrar que para dizer "Eu Te Amo" precisamos antes aprender a dizer "Eu"! (livro Cântico, por Ayn Rand).

Voltando ao filme, se trata de uma adaptação do livro 'My Abandonment', autor Peter Rock. Não o li. Ainda.

Se tem um final feliz? Bem, cabe a cada um de nós dizer. E tenho certeza que as respostas não serão as mesmas entre todos nós. Eu tenho a minha conclusão. Qual seria a sua...!? Taí uma boa referência para um daqueles papos malucos rs :D


E sem mais, continuo... me reinventando. Me aventurando a encontrar o desconhecido. Estou antes das respostas, buscando ainda as perguntas certas...

# por aí

no silêncio das palavras que me soam
tento me encontrar
descobrir-me
instantes que não mais me reconheço

me perco então com a esperança de me achar
de novo
e de novo
vou até onde posso e me permitem

e assim eu morro

renasço a cada instante
não sou de desistir
resiliência
aprecio a brisa fresca que me atravessa o rosto

na complexidade da vida procuro pelo simples
sempre
sei que ele existe
mas desconheço o lugar

como posso então convencê-los?
meu convite é tudo que posso oferecer
agora é com eles
e continuo esperando

e assim eu vivo

imaginando que esse dia chegará
simples assim, numa esquina qualquer
nossos caminhos irão se encontrar
não importa se aqui, se por aí...

me estico então na ânsia para tocar-te
seu perfume prova que existo
mas não a sinto
apenas sonho

e assim eu desperto

a cada dia me pergunto
questiono a mim mesmo e a todos
por quê?
mas continuo sem resposta

continuo
e continuo


"
There'll be a tree that joins you and me from a-far
And I am certain we all share a moon and a star
"

;-)

quinta-feira, 17 de setembro de 2020

Jon Batiste - Don't Stop

Me esbarrar com o Jon Batistito (:-P) foi uma grata surpresa. Adorei! Essa canção foi a primeira que ouvi. Foi como o conheci. E de cara me apaixonei. O piano. Sua voz. A letra da música. Toda a harmonia em torno da música faz dela algo para ser no mínimo intensamente apreciada.

Li que o Jonizito tocava já alguns instrumentos aos 8 anos, aos 11 foi apresentado ao piano por sua mãe. E desenvolveu suas habilidades nesse instrumento tirando por conta própria as músicas presentes em jogos de videogame, dentre eles o conhecido Sonic. Por alguma razão eu diria que esse jogo tem relação apenas com pessoas pra lá de especiais... (eu não sou uma delas)


when it comes to loving me, don't stop
I know there ain't no guarantee, but don't stop

let's keep it shaking while we can
you don't need another man
we'll be rolling with the plan, don't stop

Amor sem garantias. Apenas planos. Expectativas. Sentimentos e sensações que se descobrem ao longo do caminho. Se entrelaçam. E o desejo de que durem o suficiente para satisfazer "nossa alma". Talvez não seja exatamente pertencer, mas sim dividir nossa liberdade. Certa vez li que "o amor é divisão que multiplica... onde a matemática não se aplica, mas a humanas sim". E aquilo foi o suficiente para me preencher. Admiração. Orgulho. Felicidade. Saber reconhecer sua profundidade. Entender seu significado.

Arriscaria dizer que taí uma coisa essencialmente ligada a nossa felicidade... estar com alguém disposto a dividir nossa liberdade. Talvez esse seja apenas uma das suas interpretações. Eu já escolhi a minha versão dela... qual é a sua?

Pensamentos embaralhados. Sem pedir licença embarquei acompanhado nessa aventura. Sonhei não encontrar resistências. Sonhei ter ouvido um sim. O lugar nos permitia conversar sem que incomodássemos essa canção. Seria um absurdo fazê-lo inclusive. Uma conversa em silêncio e sem interferências. Não existia ali um mundo exterior. Apenas preenchimento. Não faltava nada. Um caminho numa imensidão de possibilidades. O espaço entre nós não importava. Fomos unidade por alguns minutos. Talvez alguns mais. Uma sensação gostosa de não estar sozinho. De dividir. E assim, multiplicar... “so with all you’ve got, don’t stop“ 


we'll dance the night away
won't care what people say
no pause, press play, don't stop

don't stop dreaming
don't stop believing
cause you know that our time is coming up
so with all you've got, don't stop

O sonhos existem para serem realizados. É assim que prefiro acreditar. Poderia alguém viver (feliz!) sem sonhos? Acredito que não. E para realizá-los nós precisamos primeiro acreditar. O Jonizito é um cara sabido! Um sonho não precisa ser grandioso, mas sim o suficiente para nos realizarmos. Cada um sabe do que precisa. Basta ouvir seu coração. Nesse caso, não a sua lógica. As vezes os sentimentos e emoções podem estragar a lógica e, ao mesmo tempo, a lógica pode estragar as emoções que fazem a vida valer a pena. Quem seria mais feliz? Aquele que ouve “Eu amo você”.... ou aquele que diz “Eu amo você!”?


there's a reason that you're here, don't stop
you ain't got nothing to fear, so don't stop

this train has left the station
who knows what destination
this love is for the taking, don't stop

A lógica diz que quando isso reflete essencialmente nossos sentimentos não deveríamos escondê-lo do outro. Ser elogiado e sentir-se amado(a) é seguramente uma sensação muito gostosa. Sou do tipo que acredita que a sensação de revelar-se será sempre mais gratificante. Talvez reforçada pela liberdade que isso carrega. Que regras são essas que nós mesmos criamos (seguimos!) para sabotar nossa própria felicidade? O mundo poderia ser realmente muito mais simples... se assim o desejássemos... "this love is for the taking, don't stop"


Talvez exista por aí... nessa imensidão de galáxias, um buraco da minhoca que nos leve a um planeta onde a lógica e o coração possam se entender. Estarem em harmonia. Nos deixar, enfim, em paz. Uma batalha incessante entre as partes para decidir quem realmente está no comando. Talvez não deveria mesmo ser nem um ou outro. Teria isso causado o Big Bang? Como tudo na vida, o equilíbrio é a palavra chave. Onde estamos nessa 'régua da vida' afinal? As vezes nos resta rebelar-nos, mesmo que por mínimos instantes... e que estes se tornem infinitos, cada um a sua maneira... “so with all you’ve got, don’t stop“ 

(Para você que chegou até aqui, eu diria que você deve ter algum problema, sério! E com boas chances de serem os mesmos problemas que os meus! Se descobrirem que estamos soltos, nos colocam de volta no manicômio! 👀... mas como otimista que sou, quem sabe nos encontrarmos por lá :D)

Eu digo “Amo você” todos os dias! Para mim funciona muito bem... :-)


don't stop dreaming
don't stop believing
cause you know that our time is coming up

let's soak up the day
and dance the night away
so with all you've got, don't stop
so with all you've got, don't stop

O solo do piano no final da música é absolutamente maravilhoso... uhnmmmm termino aqui, puro e simplesmente. Enfeitiçado. Hipnotizado. E não saberia dizer se quero acordar ou continuar sonhando... (talvez eu seja mesmo uma minhoca, só não descobri isso ainda...)

... une vie... une chance! 

;-)


Dica: outras excelentes músicas para conhecer dele... "Is It Over", "The Very Thought Of You" e "Mr. Buddy".

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Gary Clark Jr - Please Come Home



"E com os olhos cheios d'água o ouvi dizer que não iria me levar junto em suas aventuras... e então me mostrou que eu deveria buscar as minhas próprias aventuras!" (trecho da série animada Final Space) Ah Gary, Gary... aí vamos nós!



Experiências que interrompem nosso caminho. Numa estrada desenhada com tanto cuidado onde detalhes escondidos passam despercebidos a olhares pouco atentos. Nunca estiverem ali por acaso na verdade. Mesmo quando algumas dessas criações são inconscientes e reflexos de vontades que nem mesmo sabíamos que sentíamos. Quem sabe escondidas até mesmo de nós mesmos... eu não aceito perder nenhum desses detalhes.

Experiências que nos forçam a parar. A parar por ao menos um instante. E que durante um intervalo de estalo de dedos nos permite viajar horas a dentro de nós mesmos. Nos revelando atalhos para nossos desejos não esquecidos, mas talvez já muito distantes. Não de maneira intencional. Talvez pela falta de esperança de algum dia alcançá-los. Encontrar a nossa liberdade plena. Mesmo que dentro do nosso próprio mundo fechado e protegido. Liberdade de sentimentos. De vontades. De companhia.

Experiências que continuam nos provando a todo instante que a vida é feita de 1as vezes.... especialmente para àqueles que conseguem enxergá-las. Reconhecê-las. Valorizá-las. 

O Garyzito (:-P) teve um papel especial nesse dia. A magia da sua voz e acordes nessa música me fizeram acreditar. Acreditar que se tratava de um lugar especial. Com companhias especiais. E que dentre tantas outras músicas, conquistou seu lugar no infinito. No meu infinito. E que de agora em diante irá me carregar adentro pelas aventuras e sensações que vivi. Arrepios. Vulnerabilidade. Solidão. E uma forma enigmática de paz e inquietude. Mais um paradoxo nesse nosso universo misterioso para simplesmente reconhecer. Não para ser analisado.

Naquela noite eu a conheci. Mais uma vez me surpreendi. Uma delícia de música. Difícil não se ver dançando ela. Difícil não se ver sonhando com ela...

My love is with you
Even though you're far away
You made me love you
And that's where my love will stay, darling
Those times I get lonely
You're the one who truly knows me
I can tell it in the way, darling

You show me, why don't you please come home, girl
Come on home, girl
You've been gone way to long, girl
Ooh, come on home, girl
Ooh oh

As time goes by
My days go by slower
My nights are getting colder
And my mind has gone astray
Why don't you please come home, girl?
Oh, come on home, girl
You've been gone way too long, girl
Oh, come on home, darling
Ooh, come on home, girl
Oh, come on home, girl

Oh please come home, girl

“Come on home, girl...”

Não havia preocupações ao meu redor. Era uma combinação de paisagens ora monótonas e ora indescritíveis a ponto de nos fazer desejar tocá-las. Senti-las. De testar a racional realidade a qual estamos acostumados e fomos malditamente treinados, mesmo que quase sempre não concordemos com ela. Eu prefiro o mundo que criei. Sim, eu criei um mundo. Vozes vindas de um vazio irreconhecível e cheio de cuidado que traziam perguntas de um mundo e dimensão que eu não sabia mais como alcançar. Não haviam caminhos. Ou sinais espalhados. A música me ajudava a guiar meus pseudo pensamentos embaralhados ao meio de lembranças nítidas de momentos e companhias que gostaria que estivessem ali. Minhas vontades. Se reveladas ou não jamais vou entender.

“Those times I get lonely, ...You're the one who truly knows me, ...I can tell it in the way, darling”

Talvez seja melhor assim...


Naquela noite eu me perdi. Eu dancei. Eu dei risadas. Eu desejei. Eu filosofei (não me diga, sério?? :-P). Eu contei piada. Eu defini 1 objeto. Eu não podia abrir os meus olhos. "Não é necessário" me dizia uma voz gostosa ao fundo. Eu andei, andei, andei. Foi o que eu ouvi. Eu acredito. O que é ou não real?

Mas retornar a realidade tem seu lado maravilhoso. Muito maravilhoso. De perceber-se novamente. De voltar a sentir-se (falsamente) sob controle. Mais vivo. De poder reconhecer ao final as pessoas maravilhosas que estão ao seu lado e que escolheram estar ali. E que conquistaram seu lugar no infinito. No meu infinito.

;-)